quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cultura gay

Em linhas gerais podemos definir cultura como o conjunto dos sistemas de símbolos que dão ordem e significado à vida em sociedade ou comunidade. Este conjunto é formado pela linguagem (verbal, gestual ou escrita), pelos valores, pelas crenças (religiosas ou não) e normas, assim como pela tecnologia que cada grupo social utiliza para facilitar sua relação com o meio ambiente no qual ele vive, que vão desde utensílios e artefatos culinários até os computadores e satélites, passando por peças de vestuário e objetos utilizados para enfeitar os corpos.

Qualquer cultura possui duas dimensões, por assim dizer: a dimensão material e a dimensão não-material. A primeira diz respeito aos artefatos e formas de organização material de uma dada comunidade, assim como, aos símbolos materiais que ela produz, a exemplo das habitações, das moedas, dos livros e das peças expostas nos museus, entre outros exemplos. Já a dimensão não-material ou imaterial da cultura se refere aos modos de comportamento e aos seus símbolos e representações imateriais, como as crenças e lendas, os mitos, os valores, as danças, as músicas, as gírias, etc.

Quase sempre o primeiro elemento utilizado para diferenciar um povo de outro é a cultura. Assim, é comum ouvirmos falar em povo brasileiro, povo francês, povo inglês, povo argentino, povo cubano, povo grego, povo palestino, povo peruano, povo angolano, povo português, etc., etc., etc. Geralmente, estas classificações estão relacionadas a um elemento cultural que emergiu com a chamada Era Moderna, o Estado Nação. Mas nem sempre. Alguns povos, a exemplo dos caiapós no Brasil, não possuem um Estado, embora vivam sob o controle e domínio de um.

As chamadas culturas nacionais não formam uma massa homogênea. Ao se falar em cultura brasileira, por exemplo, não se está querendo dizer que os brasileiros são todos iguais e que todos se orientam pelos mesmos valores ou comungam das mesmas crenças. Deseja-se dizer, apenas, que os brasileiros compartilham alguns elementos que são comuns a todos ou pelo menos a grande maioria, como a língua, que no nosso caso é a portuguesa. Sendo assim, numa mesma cultura podemos encontrar várias outras culturas que se encontram sob o amplo “guarda-chuva” daquela que engloba as demais. Estas diversas culturas que se encontram sob uma cultura mais ampla são denominadas pelas ciências sociais de subculturas.

Uma subcultura é aquela que compartilha e absorve elementos da cultura nacional, mas desenvolve elementos próprios, que, por vezes, não são compartilhados por indivíduos que não fazem parte daquela subcultura. No interior da chamada cultura brasileira encontramos a subcultura baiana, sergipana, pernambucana, piauiense, acreana, gaúcha, carioca, paulista, cearense, paraense, etc. Do mesmo modo podemos encontrar uma subcultura sertaneja, punk, pagodeira, emo, acadêmica, surfista, católica, evangélica, entre tantas outras, a exemplo da subcultura gay.

Assim como as demais culturas e subculturas a cultura gay também produz seus elementos materiais e imateriais, sua iconografia, suas gírias e padrões de comportamento. Devido a perseguição que sofreu e sofre ao longo da história da humanidade, a cultura gay desenvolveu formas de expressão e representação que, por vezes, são meras insinuações ou, ainda, formas explicitamente discretas de se expressar, como é possível perceber nos três vídeos abaixo. Sem confirmar abertamente o seu conteúdo homoerótico, os vídeos explicitam-no de forma discretamente acintosa, tal qual ocorre ou ocorreu em inúmeras pinturas, esculturas, novelas, telenovelas, poesias, filmes, músicas, óperas, vídeo clipes, ensaios fotográficos, histórias em quadrinho, entre outras formas de expressão artística e cultural. Confira (MK).




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